Câncer de Próstata

O que é Câncer de Próstata

A próstata pertence ao aparelho reprodutor masculino e está localizada abaixo da bexiga e em frente ao reto e à uretra. Ela é responsável por produzir o fluido que protege e nutre os espermatozóides no sêmen, fazendo com que ele se torne mais líquido.

Na base da próstata estão as vesículas seminais, responsáveis por produzir grande parte do líquido para o sêmen. Já a uretra, que transporta a urina e o sêmen para fora do organismo, atravessa o centro da próstata.

Em homens mais jovens a glândula tem o tamanho aproximado de uma noz, com aproximadamente 20 gramas, enquanto em homens mais velhos ela pode ser maior. Quando as células prostáticas se transformam de maneira anormal, surge o câncer de próstata.

Estima-se que, no Brasil, o câncer de próstata seja o segundo mais incidente sobre o sexo masculino, acometendo, em grande maioria, homens a partir dos 65 anos de idade. Em geral, a doença possui evolução lenta, mas em alguns dos casos pode ser agressiva. Em nosso país, a mortalidade do câncer de próstata é alta, perdendo apenas para o câncer de pulmão.

Quais os sintomas de Câncer de Próstata?

O adenocarcinoma, que é o tipo mais comum de câncer de próstata, ocorre quando as células prostáticas sofrem modificações moleculares, se transformam em células cancerígenas e se multiplicam descontroladamente. Ao longo do tempo, estas também podem avançar de estado e acometer órgãos próximos, como a bexiga, ureteres ou reto.

Quando a doença é mais agressiva, algumas células podem se “soltar” do tumor inicial e se espalhar atingindo os ossos ou outros órgãos, formando as chamadas metástases.

Como é feito o diagnóstico de Câncer de Próstata

O Câncer de Próstata pode ser diagnosticado através da seguinte combinação de exames:

  • PSA (Antígeno Prostático Específico): exame de sangue que avalia a quantidade de proteína produzida pelo tecido prostático. 
  • Toque retal: exame de toque no qual o urologista sente a próstata manualmente e verifica a presença de nódulos ou tecidos endurecidos. 
  • Ressonância Magnética para a Próstata: exame de imagem que mostra a morfologia da próstata, sua forma e conteúdo, e avalia parâmetros específicos para a identificação do Câncer de Próstata.
  • Biópsia de Próstata: A biópsia de próstata é um procedimento usado para obter pequenos pedaços de tecido da próstata para que possam ser examinados ao microscópio. Uma agulha é usada para retirar as amostras e o tecido é verificado para avaliar se há câncer ou outras células anormais na próstata

Câncer de Próstata tem cura?

O tratamento e possibilidade de cura do câncer de próstata irão depender do estágio em que a doença se encontra, da idade e dos sintomas e das condições de saúde do paciente. Há 95% de chances de cura em casos de detecção do tumor em fase inicial, antes de apresentar sintomas.

Tratamento para Câncer de Próstata

Várias opções de tratamento estão disponíveis atualmente, cada uma com riscos e específicos, entre elas:

Vigilância Ativa: trata-se de uma estratégia de acompanhamento estrito da doença, com exames (geralmente ressonância magnética, PSA e biópsias da próstata) para observar se a doença se mantém com critérios de baixo risco para progressão ou disseminação.

Prostactomia aberta: cirurgia de remoção da próstata

Trata-se de uma técnica iniciada nos anos 80 que, ao longo dos anos, foi aprimorada e, atualmente, representa uma das opções mais utilizadas por médicos urologistas no tratamento da próstata.

O método contempla uma incisão normalmente realizada entre o umbigo e o osso da pelve chamado púbis. Assim, o cirurgião consegue ter boa visualização dos vasos, nervos e linfonodos. Além disso, a incisão permite que o cirurgião consiga colocar a mão no interior da cavidade abdominal, fazendo com que o profissional possa sentir a consistência das estruturas.

Prostatectomia Laparoscópica

É feita através de ferramentas especiais, com pequenas incisões para remover a próstata. Pode apresentar benefícios em relação à cirurgia aberta, como menos dor e sangramento.

É uma técnica difícil e que exige longa curva de aprendizagem (número de cirurgias realizadas pelo cirurgião) para chegar a um nível que apresente bons resultados em comparação com outras técnicas.

Prostatectomia Radical Assistida por Robótica

Combinação de ferramentas laparoscópicas e tecnologia robótica de precisão para auxiliar o cirurgião. O sistema cirúrgico robótico permite a ampliação da imagem observada e maior delicadeza na condução dos instrumentos.

A cirurgia oferece alguns benefícios, pois consegue remover a glândula através de pequenos cortes, com o auxílio de imagem tridimensional e de alta definição. A Prostatectomia Radical Robótica pode ter como vantagens: menor sangramento, redução da dor e recuperação pós-operatória mais rápida, menor tempo de uso de sonda uretral e menor risco de problemas com a anastomose (costura) entre a uretra e a bexiga.

Alguns estudos científicos identificaram melhores resultados quanto ao controle urinário e ereção no pós operatório, mas estes resultados são controversos e estes podem ser alcançados também com a cirurgia aberta de acordo com a experiência e habilidade do cirurgião.

É muito importante considerar todos os aspectos de um tratamento e lembrar que não há uma única “melhor opção” que se aplique a todos. Cada tratamento deve ser personalizado de acordo com as necessidades do paciente. O câncer de próstata é um crescimento muito lento, por isso, pode-se ter o tempo necessário para obter uma segunda opinião e conversar com seu urologista sobre suas opções de tratamento antes de tomar sua decisão.

Cuidados para Cirurgia de Prostatectomia Radical Robótica

Antes da cirurgia:

  • Fazer exercícios da musculatura pélvica para ajudar a continência pós-operatória;
  • Não há restrição para atividade sexual;
  • Evitar esforço físico intenso nos 2 dias que precedem a cirurgia.

Durante a internação:

  • Após a cirurgia o paciente fica algumas horas na sala de recuperação com a sonda na uretra, um dreno saindo do abdômen e os curativos.
  • Na tarde após a cirurgia, já no quarto, geralmente é recomendável sentar na cama e sair do leito com auxílio da enfermagem e familiares.
  • O tempo de internação é em média 2 dias;
  • Uma dieta leve pode ser liberada na tarde após a cirurgia;
  • No dia seguinte é recomendável sair mais do leito e caminhar no quarto com auxílio;
  • É comum haver constipação nos dias seguintes à cirurgia e isto não impede a alta hospitalar.

Cuidados pós cirurgia:

  • Fazer os exercícios da musculatura pélvica desde a alta do hospital;
  • A sonda geralmente é retirada 7 dias após a cirurgia, no consultório. Os pontos são absorvidos, não é necessário retirá-los;
  • Será prescrita medicação para auxiliar o retorno da potência sexual após a retirada da sonda;
  • Alimentação: normal, com ingesta de água de 2 litros ao dia;
  • Atividades físicas: Evitar ficar sentado ou deitado na cama por um tempo prolongado. Caminhadas leves diárias são aconselhadas. Subir escadas lentamente, se necessário. Evitar dirigir automóveis por pelo menos 2 semanas;
  • Nenhum trabalho pesado (mais de 10 Kg) ou exercício (corrida, natação, bicicleta) poderá ser feito durante quatro semanas após a cirurgia, até que sejam liberados pelo médico. Geralmente, a partir de 30 dias é possível iniciar caminhadas, de intensidade progressiva. A partir de 60 dias, em geral, as atividades físicas estão liberadas, sempre respeitando os limites de cada paciente.

Cuidados de longo prazo:

  • Acompanhamento com consulta, exame de PSA, de 3/3 meses no primeiro ano e de 6/6 meses nos anos seguintes;
  • Exercícios físicos são recomendados.