Cirurgia Robótica e Laparoscópica

A Cirurgia Laparoscópica

A palavra laparoscopia tem origem grega, “laparos“, que significa abdômen. Atualmente, o termo se refere a um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, frequentemente utilizado em cirurgias urológicas e outras.

Na extremidade do aparelho, uma minicâmera transmite imagens para monitores de vídeo (videolaparoscopia). Assim, é possível realizar  procedimentos cirúrgicos simples ou complexos de forma minimamente invasiva em praticamente todos os órgãos do corpo humano, que antes eram realizados apenas de modo convencional, através de cirurgias abertas.

Normalmente, a laparoscopia é feita com o paciente em estado de anestesia geral. Para realização do procedimento, o médico faz uma pequena incisão na região que precisa ser examinada ou tratada e introduz uma câmera e demais instrumentos necessários.

A laparoscopia apresenta vantagens ao paciente por ser um procedimento minimamente invasivo, ocasionando menores riscos cirúrgicos, menos sangramento e dores pós-operatórias, recuperação mais rápida e cicatrizes reduzidas. A cirurgia laparoscópica mostra-se eficaz no tratamento de doenças do sistema geniturinário.

Cirurgia Robótica

Também chamada de cirurgia laparoscópica assistida por robótica, a cirurgia robótica é um procedimento minimamente invasivo, através do qual o cirurgião manipula um robô para realizar incisões, ressecções e reconstruções. Vista como uma evolução da laparoscopia, também apresenta vantagens em relação à cirurgia aberta, sendo menos invasiva, tendo possivelmente menos sangramentos, recuperação mais rápida e menor tempo de internação.

Após a popularização da laparoscopia nas últimas décadas, surgiram os sistemas robóticos modernos em meados do ano 2000, para auxiliar na execução das cirurgias minimamente invasivas, sendo esta técnica cada vez mais utilizada em cirurgias urológicas. O robô permite maior precisão nos movimentos, visão ampliada facilitando assim a  realização de procedimentos complexos e minimamente invasivos.

Atualmente, a cirurgia robótica é uma das técnicas mais utilizadas para cirurgias de câncer de próstata (prostatectomia radical) e rim (nefrectomia parcial ou nefrectomia radical), mas também para cirurgias reconstrutivas como pieloplastia para obstrução do rim.

Além disso, quando comparada à cirurgia laparoscópica tradicional, a cirurgia robótica apresenta diversas vantagens, como, por exemplo: maior precisão em locais de difícil acesso, melhor ergonomia ao cirurgião, movimentos mais intuitivos e visão tridimensional.

É importante compreender que os robôs cirúrgicos atuais não conduzem nenhum movimento sozinho. Através de um console, o cirurgião é responsável por todos os movimentos executados pelo sistema robótico.

Porém, caso algum movimento imprevisto seja realizado pelo médico, o robô aciona um comando de segurança, travando a máquina provisoriamente, assim como filtra os movimentos do cirurgião, evitando tremor oe tornando-os mais delicados. Além disso, se o cirurgião retira o rosto da tela de controle, o aparelho robótico trava de forma automática, evitando possíveis danos ao paciente.

Muitos urologistas treinados em laparoscopia, assim como o Dr. Lucas Burttet, enxergam a cirurgia robótica como um benefício adicional, pois o método traz melhor visualização do campo cirúrgico, maior precisão durante os movimentos e mais facilidade na manipulação dos instrumentos.

Quais são as principais aplicações da cirurgia robótica na urologia?

A cirurgia robótica, que parecia impossível ou inacessível há pouco mais de 15 anos, hoje é uma realidade no Brasil. No Rio Grande do Sul, desde Agosto de 2013, Porto Alegre dispõe da tecnologia robótica para realização de cirurgias minimamente invasivas. O Programa de Cirurgia Robótica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre teve seu início em 09 de Agosto de 2013, sendo o primeiro hospital a adquirir o sistema da Vinci fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo. 

Desde lá, mais de 500 cirurgias foram realizadas, sendo a maioria executadas pela equipe de Urologia. Em Novembro de 2017, o Hospital Moinhos de Vento anunciou o início do seu programa de cirurgia robótica, sendo o primeiro hospital privado do Rio Grande de Sul a adquirir a tecnologia. A primeira cirurgia foi realizada no início de 2018, onde também a urologia é a especialidade que mais utiliza este sistema. 

O urologista Dr. Lucas Burttet é certificado para realizar cirurgia robótica desde 2015, e deu início à especialização em 2013, tendo realizado e participado de centenas de cirurgias neste período. Além disso realizou estágios de especialização em hospitais nos Estados Unidos e congressos nos EUA e na Europa. 

“Entre as especialidades médicas, a Urologia é uma das mais beneficiadas pela cirurgia robótica, possibilitando o  tratamento do câncer de próstata e também de doenças nos rins, bexiga e todo o trato urinário, com alguns”, explica o médico.

Conforme esclarece Dr. Lucas, “As cirurgias estão tornando-se cada vez menos invasivas, possibilitando o tratamento de doenças em várias áreas com menos riscos e efeitos adversos do que antigamente. No caso do tratamento cirúrgico para câncer de próstata, a cirurgia aberta ou laparoscópica ainda são consideradas ótimas opções, mas a robótica facilitou a utilização do tratamento minimamente invasivo sendo que ela é, hoje, a primeira opção de tratamento na maioria dos países desenvolvidos.”, complementa.

Além destas, outras cirurgias podem ser realizadas com o auxílio da robótica como cirurgia por hiperplasia benigna de próstata, tratamento de  endometriose com lesões na bexiga ou ureteres, reimplante ureteral, correção de prolapsos pélvicos (bexiga caída) chamada de sacro-promontofixação, entre outras.

Orientações Pré-operatórias Gerais para Cirurgia Robótica

Jejum completo desde 8 horas antes do horário marcado para a cirurgia. Pode-se ingerir água até 4 horas antes deste horário. Durante o jejum pode-se tomar medicações de uso contínuo com gole pequeno de água.

Uso de medicações: anticoagulantes verificar orientação médica sobre parar por alguns dias ou manter o uso até o dia da cirurgia. Medicações para hipertensão: tomar normalmente, mesmo no dia da cirurgia durante o jejum.

Medicações para diabetes (confirmar a orientação do seu endocrinologista):

  • Medicações via oral: não tomar no dia da cirurgia;
  • Insulina: tomar metade da dose usual no dia da cirurgia

Levar no dia da cirurgia:

  • Termo de Consentimento Informado;
  • Todos exames pré-operatórios;
  • Documentos pessoais/Carteira do convênio/Autorização do convênio caso necessário;
  • Medicações de uso contínuo;
  • Acompanhante adulto.