Beber água com frequência é fundamental para evitar a formação dos Cálculos Urinários.
Enquanto a estação de calor chega ao Rio Grande do Sul, trazendo consigo as
altas temperaturas, é importante ter atenção redobrada em relação à umidade relativa do
ar, que abaixo de 40%, durante um longo tempo de exposição, é prejudicial ao ser humano.
Além dos riscos respiratórios, e o maior risco de infecções, a desidratação pode prejudicar
também o sistema urinário e favorecer o desenvolvimento dos cálculos renais, também
conhecidos como pedras nos rins.
Dados da Associação Europeia de Urologia apontam que 12 % da população
mundial algum dia apresentará um episódio de cálculo e a proporção é de quatro homens
para cada mulher afetada, predominando na terceira e quarta décadas de vida. “A falta de
hidratação e a ingestão excessiva de algumas substâncias, em especial sal e proteína,
pode provocar, ou acelerar, distúrbios pré-existentes no nosso organismo propiciando o
desequilíbrio químico necessário para a formação destes cálculos. Beba água antes
mesmo de sentir sede.” Alerta o médico urologista de Porto Alegre, Dr. Lucas Burttet. Além
de ser essencial para todo o organismo em qualquer idade, a desidratação interfere
diretamente no processo de formação dos cálculos renais.
Diversos fatores estão ligados à formação dos cálculos como: a super saturação
urinária – situação em que há excesso de elementos que compõem a urina; diminuição dos
inibidores urinários – substâncias existentes cuja função é impedir a cristalização de urinas
super saturadas, substâncias protéicas que servem como núcleo para a formação do
cálculo sobre o qual se depositam cristais; e retenção de cristais no trato urinário, além de
fatores genéticos que também podem contribuir para a formação de cálculos.
No caso de pedras na bexiga, estas podem ocorrer também por aumento da
próstata, obstruindo parcialmente a saída de urina, o que causa o acúmulo de cristais e
outros resíduos, que com o passar do tempo se transformam em cálculo. Outra causa seria
condicionada pela impossibilidade do paciente eliminar uma pedra que teria descido dos
rins.
Os cálculos formados no rim podem ter três caminhos: Aumento de tamanho, eliminação e estabilização.
Tratamento:
A prevenção é parte essencial do tratamento! Em geral aumentar a ingestão de água para
no mínimo 2 litros por dia e evitar ingestão excessiva de sal (sódio) é recomendada para
todos os pacientes. Na maioria dos casos, deve ser realizada uma investigação adicional
chamada avaliação metabólica urinária. O médico urologista ou nefrologista solicita exames
de urina de 24hs e sangue para identificação de possíveis fatores causadores da formação
dos cálculos para, a partir da identificação de alguma alteração, implementar uma
estratégia específica para a prevenção de novos cálculos alteração da dieta ou
medicamentos se necessário.
As abordagens cirúrgicas vão depender da localização, tamanho e tipo do cálculo.
1 – Litotripsia extracorpórea por ondas de choque – Nesse procedimento, não há cortes ou
incisões. O paciente recebe ondas de choque que se difundem pelo corpo e concentram
sobre o cálculo, fragmentando-o.
2 – Cirurgia percutânea – Nessa cirurgia realizamos pequenas perfurações na região
lombar para acessar o cálculo no interior dos rins com uma câmera. Por meio desses
pequenos orifícios realizamos a fragmentação e remoção da pedra.
3 – Ureterolitotripsia endoscópica – Nesse procedimento utilizamos um aparelho
endoscópico, com uma câmera que permite visualizar o interior da bexiga e do ureter. Esse
aparelho é introduzido pelo canal da urina (uretra). Assim, não há necessidade de cortes ou
incisões. Por meio desse aparelho remove-se os cálculos do interior do ureter, geralmente
com auxílio de laser para a fragmentação das pedras.
4 – Cirurgia convencional – Atualmente é muito raro haver necessidade de realizar cirurgia
tradicional com incisão da parede abdominal para remoção dos cálculos diretamente pelo
cirurgião.