No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, o urologista Dr. Lucas Burttet, de Porto Alegre, fala sobre a relação do cigarro com o Câncer de Bexiga.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia, o câncer de bexiga é um dos tumores mais frequentes no Brasil. Ocupa o quarto lugar (10% dos casos) nos homens e o oitavo lugar (4% dos casos) na mulher sendo o segundo mais tratado pelos urologistas, perdendo apenas para o câncer de próstata. O câncer de bexiga é também o segundo tipo de câncer mais frequente do trato do urinário. Nos Estados Unidos é uma das principais causas de morte.
Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2019, 9.480 mil novos casos de câncer de bexiga surgirão no Brasil, sendo 6.690 em homens e 2.790 em mulheres. Aproximadamente 6,43 casos novos a cada 100 mil pessoas, ocupando a sétima posição na lista de mortes por câncer no Brasil. No Rio Grande do Sul, a taxa estimada é de 10,37 para cada 100 mil homens e de 5,26 para cada 100 mil mulheres, uma das maiores do país.
O câncer de bexiga tem maior incidência nos homens: acomete uma mulher a cada três homens e a incidência da neoplasia maligna aumenta conforme a idade, sendo mais frequente após os 40 anos e mais elevada após os 60 anos de idade. “O hábito de fumar é o fator de risco mais significante, pois está presente em mais de 50% dos casos de câncer de bexiga no sexo masculino e em mais de 25% entre as mulheres. Os tabagistas aumentam as chances de duas a quatro vezes de desenvolver câncer de bexiga, quando comparados aos não-fumantes”, explica o médico urologista, Dr. Lucas Burttet, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Segundo dados da OMS, há cerca de um bilhão de fumantes no mundo. No Brasil a estimativa é de que um a cada 4 homens é fumante, enquanto para as mulheres é de uma a cada 20 mulheres. “O tabagismo está diretamente ligado ao câncer de bexiga”, afirma o urologista dr. Lucas Burttet, que explica: “O cigarro possui diversas toxinas que, após entrarem nos pulmões, passam para o sangue. Os rins filtram o sangue mandando as toxinas para a urina onde estas substâncias potencialmente carcinógenas entram em contato com o urotélio (camada que reveste todo o sistema urinário), propiciando o desenvolvimento de tumores nos rins, passando pelos ureteres, e principalmente na bexiga, onde a urina fica parada por mais tempo.”, complementa o especialista.
Outros fatores relacionados ao câncer de bexiga podem estar ligados à raios-x, infecções urinárias de repetição ou presença de cateteres no trato urinário, além do uso de algumas substâncias, como: aminas aromáticas, adoçantes (ciclamato, sacarina), corantes, medicamentos como a ciclofosfamida, entre outros.
Atenção aos sintomas!
Cerca de 70% dos pacientes com tumor de bexiga apresentam sangue na urina, como apresentação inicial do problema. Outros sintomas mais raros do câncer de bexiga são: dor lombar (“dor nas costas”), presença de massa palpável na parte inferior do abdômen ou edema (“inchaço”) nos membros inferiores (coxas, pernas e pés). Em grau mais avançado, a doença pode vir acompanhada de emagrecimento entre outras manifestações.
Pare de fumar:
“A rede de saúde pública e suplementar (convênios) dispõe de programas para quem tem vontade de parar de fumar. E existem várias estratégias para ajudar quem toma a decisão de cessar o tabagismo. Quando o uso de tabaco é interrompido, a chance de desenvolver câncer de bexiga diminui, mas a ação dos fatores cancerígenos que ficaram presentes podem perdurar no organismo por mais de dez anos”, finaliza dr. Lucas Burttet.